sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Comentários breves

Vou fazer alguns comentários breves aqui, para não perder o costume:

RABELAIS, François. Gargantua e Pantagruel. [1532-1564].

Clássico absoluto da literatura mundial. Divertidíssimo, une escatologia com erudição para formar sua visão satírica da idade média aos olhos de seus gigantes, que em uma operação arrebatadora, são colocados como exemplos de liderança humanista. A exarcebação do individualismo, sensualismo (e alcoolismo) são expressões máximas da alegria de viver contra uma sociedade que reprime o pensamento e o indivíduo. 

VERA, Helio. Angola y otros cuentos. 1984. 

Livro de contos paraguaio, li por curiosidade para conhecer algo da literatura latino-americana. Não vi nada de muito marcante, a não ser alguma coisa de interesse histórico sobre a fuga de mulheres no entardecer da guerra do paraguai e um conto de fantasmas.


AQUINO, Tomás de (Santo). Verdade e conhecimento: (questões disputadas “Sobre a verdade” e “Sobre o verbo” e “Sobre a diferença entre a palavra divina e humana). São Paulo: Martins Fontes, 2002.

A retórica medieval é demais para minha pobre cabeça. Mas há idéias interessantes sobre a origem e constituição do conhecimento, da ordem das coisas e construção de conceitos sobre as coisas.



HAMSUM, Knut. Growth of the soil. 1917.

Depois deste autor me impressionar com "Hunger" por ser um dos poucos a se aproximar de Dostoievski na intensidade da descrição de uma mente em desequilíbrio, Hamsum me decepciona com essa fraco Growth of the soil. O discurso em si do livro é o mais bocó possível (campo=pureza; cidade=corrupção) e a forma também não acrescenta nada.

AUB, Max. Campo Cerrado: el laberinto mágico: v. 1. 1943.

Primeiro livro de uma famosa série sobre a guerra civil espanhola, trata-se aqui dos antecedentes do conflito e os momentos imediatos após a eclosão; o protagonista, tal qual o de Sholokhov em "O don silencioso", muda de posição diversas vezes ao longo da trama e procura um sentido individual para sua luta em meio as contradições políticas e choques ideológicos com o qual se depara no ambiente da classe operária de Barcelona. 

HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. São Paulo: Martins Fontes, 1985.

Livro bem árido este, o filosófo alemão busca conceber a modernidade como uma forma da racionalidade buscar a justificação de si mesma em uma perspectiva totalizante, e depois discute (e confronta) os autores que buscaram se afastar dessa visão em diferentes vertentes, tais como Nietzche, Derrida, Foucault Heidegger, etc, no final propondo sua idéia do agir comunicativo com a idéia de uma volta de uma racionalidade que explora sua instrumentalidade sem recair em noções normativas e programáticas que acabem colocando a técnica como fim e não como meio. E outras coisas também.

LEHANE, Dennis. Mystic River. 2001.

"Literatura para descansar a cabeça", decepcionante, o Clint Eastwood e seu elenco tiraram leite de pedra na adaptação.